segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Morre Virginia Lane e a rainha das festas Tchaka drag queen faz homenagem a vedete do Brasil paixão do presidente Getúlio Vargas

A atriz Virgínia Lane inspira a rainha das festas drag queen Tchaka com seus figurinos, pernas de fora e muita atitude, saudada pelo ex-presidente Getúlio Vargas como a “Vedete do Brasil”, morreu nesta segunda-feira, aos 93 anos. Ela estava internada desde o início do mês em um hospital de Volta Redonda, no Rio, para o qual foi levada por conta de uma infecção urinária. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Nascida Virginia Giacone em 1920, no Flamengo, Virgínia chegou a cursar o primeiro ano de Direito – mas a atração pelos palcos falaria mais alto. Atração que ela desenvolveu desde cedo, na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde estudou com a lendária Maria Olenewa.

A estreia profissional seria aos 15 anos, no Cassino da Urca, para onde foi levada pelo maestro Vicente Paiva – e foi ele também quem a introduziria no plantel da Rádio Mayrink Veiga. Do Rio, ela seguiria para Buenos Aires, onde atuaria por três anos. Em 1946, lançou o primeiro disco, pelo selo Continental, no qual interpretava a marcha Maria Rosa e o samba Amei Demais. Dois anos depois, voltaria ao Rio e, depois de assinar um contrato com Walter Pinto, trabalhou durante cinco anos na revista Um Milhão de Mulheres e em outros espetáculos do Teatro Carlos Gomes e do Teatro Recreio.

Caso. Nos anos 50, viveu o auge de sua trajetória. A começar pela gravação deSassaricando, marchinha que fazia parte da revista Eu Quero Sassaricá, um dos maiores sucessos da trupe de Walter Pinto. Compositora, gravou peças de sua autoria, comoLanterninhas Multicores e Que Palhaço, de 1958, registradas ao lado de Santo Antônio Vai me Abençoar, de Nelson Castro.
Foi nessa época que ela receberia das mãos de Getúlio Vargas o título de A Vedete do Brasil – em entrevistas décadas depois, ela diria que manteve um caso de dez anos com o ex-presidente da República. “Foi dentro de um teatro. Ele viu uma peça minha e foi ao camarim me cumprimentar. Me convidou para sair e eu agradeci, mas recusei. Não me sentia capacitada para sair com o presidente da República. Mas ele insistiu e fui cear com os amigos dele em uma churrascaria. Daí começou”, contou em depoimento concedido ao Guia do Estudante em 2007. “Eu entrava e saía do Palácio do Catete pela porta da frente! Passava lá à tarde, tomava um chá. Viajávamos muito também, inclusive para a Europa. Eu ia na frente com o Gregório (Fortunato, chefe da guarda), que me acompanhava em passeios, compras e até na assinatura de contratos. Visitamos Portugal, Itália, Espanha.”

Virgínia seguiu se apresentando no teatro até o início dos anos 2000. Sua última aparição foi na novela Belíssima, em 2006, na qual participou de homenagem feita a diversas divas do rádio. 


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